Os participantes no 53.º Congresso Eucarístico Internacional, de língua portuguesa, celebraram eucaristia na Basílica de Nossa Senhora da Mercê, localizada no centro histórico de Quito.
Na vivência do Congresso Eucarístico Internacional (IEC) é tradição a celebração da Eucaristia por idiomas e o 53.º IEC não foi exceção. Neste dia, 12 de setembro, às 18h (hora local) reuniram-se os 17 grupos linguísticos, em distintas igrejas do centro histórico de Quito, para Missa.
A convite do comité organizador, coube a D. José Cordeiro, arcebispo metropolita de Braga, presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade (CELE) e delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para os Congressos Eucarísticos, presidir à celebração em língua portuguesa. Concelebraram 15 sacerdotes e D. Celmo Lazzaria, bispo nascido no Brasil e a viver no Equador, da congregação dos Josefinos
Uma vasta assembleia que se reuniu, a uma só voz, para louvar a Deus e participar do Santo Sacrifício.
«A Eucaristia é o sacramento dos sacramentos, ou seja, o sacramento da Páscoa. A fé que nasce e renasce da Páscoa faz todo o sentido, quando nos torna mais irmãos e cidadãos mais ativos, para se realizar a justiça e a paz, o perdão e o amor. É urgente e necessário investir as energias e forças nas quatro colunas da Igreja que os Atos dos Apóstolos recordam: «Eles mostravam-se assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações» (At 2, 42)», referiu na homilia D. José Cordeiro.
Debruçando-se sobre a temática do 53.º IEC, referiu que: «o dom da fraternidade humana universal compromete a uma cultura consciente e constante de fraternização, não no sentido geográfico, mas existencial do Bem comum, da solidariedade e da gratuidade. O desafio maior é para uma cultura do diálogo e do encontro. A vida é a arte do encontro».
Citando são Bartolomeu dos Mártires, o arcebispo de Braga que participou ativamente na conclusão do Concílio de Trento, disse: «que nesta companhia e família de Jesus Cristo estamos todos unidos como membros, pelo que, assim como os membros de um mesmo corpo se ajudam uns aos outros, assim também todos os cristãos se ajudam e comunicam entre si as suas orações e merecimentos», e acrescentou: «todos rogamos uns pelos outros, dizendo: – Pai nosso, perdoai-nos nossos pecados, dai-nos nosso pão, não permitais que sejamos vencidos nas tentações, mas livrai-nos de todo o mal. Nas quais palavras claramente se mostra que nenhum cristão roga por si só, mas também por todos os outros».
Este modo assertivo acerca da comunhão ou comunicação de santos revela que a oração da Igreja abre sempre para a comunhão e para a unidade.
«Fazer sinodalidade é igualmente operar a renovação pastoral no serviço da caridade–o serviço humilde e desinteressado da caridade é a forma mais bela, mais encantadora e mais fiável para anunciar o Evangelho. É preciso buscar na unidade pastoral novas maneiras de serviço sócio caritativo, respondendo ao desafio de uma nova fantasia da caridade, que deve ser marcada por gestos de ajuda que sejam sentidos como partilha fraterna. Nesse intuito há que valorizar as iniciativas de solidariedade social que praticam a caridade na verdade, mostrando a sua utilidade e indispensabilidade para a construção de uma boa sociedade e de um verdadeiro desenvolvimento humano integral», advertiu o delegado da CEP para os Congressos Eucarísticos.
Lembrou ainda que «a Igreja celebra a Eucaristia para se construir a si mesma, pedindo que seja sempre mais unida e mais perfeita. O corpo eclesial reunido cresce e constrói-se para a escatologia, ao ritmo da frequência da celebração eucarística».
A mudança de época que estamos a enfrentar levou todos, ainda que por caminhos diferentes, a amadurecer a convicção de que “ninguém se salva sozinho”, como gosta de repetir o Papa Francisco.